gerenciar essa “insatisfação” é fundamental para a melhoria do desempenho. Não se trata de uma preocupação com a “felicidade”, mas sim de um processo estruturado de identificação de obstáculos organizacionais e sua solução.
Para tal, precisamos identificar esse “gap”, entender suas causas e consequências, avaliar sua gravidade e decidir se queremos ou não reduzir o mesmo. Entender o “gap” não implica em fazer algo para reduzi-lo, mas sim em identificar e entender o problema.
Esse tipo de Pesquisa tem maior aceitação pelas empresas porque tem a ver com um aspecto crítico de qualquer processo de liderança: o “moral da tropa”. E esse aspecto, como sabemos, é reconhecido há milhares de anos. Não há questionamento sobre a importância de ser monitorar essa variável.
Mesmo assim, a aplicação de Pesquisas de Clima continua a ser uma área pouco aberta para questionamentos e conflitos, normalmente relegados a um segundo plano. Inúmeras questões precisam ser trabalhadas para tornar uma Pesquisa de Clima de fato relevante.
Algumas premissas básicas antecedem a aplicação de uma Pesquisa de Clima:
Se você não pretende fazer nada a respeito, não faça a Pesquisa. Aplicar uma Pesquisa é criar expectativas de que algo vai ocorrer. Deixe claro para os participantes a finalidade da mesma e os eventuais desdobramentos. Se puder, assegure que a análise dos dados e definição de ações será um processo compartilhado.
- Obtenha o apoio dos gestores. Ele é fundamental para o sucesso da Pesquisa. Faça reuniões prévias e preferencialmente disponibilize, via TI, as informações necessárias.
- Não use um questionário padrão se os públicos forem muito diversificados. Há sempre um risco. O que é importante para alguns, não o é para outros.
- Assegure a confidencialidade dos processos de levantamento e análise dos dados, demonstrando, claramente, como a mesma será preservada.
- Não manipule o questionário. Isso pode ser feito até mesmo, de forma imperceptível, na construção das questões. Adjetivos são perigosos.
- Se usar TI, não pode haver falhas.
Vejamos algumas questões que poderiam ser alvo de melhor discussão e decisão.
Os Temas de Análise
Quais fatores devem ser pesquisados é uma questão importante, normalmente trabalhada, a nosso ver, de forma muito mecânica. Ao adotar estruturas de fatores e questionários padronizados ou de uso comum pelo mercado, muitas empresas perdem uma importante oportunidade para identificar, a priori, os temas considerados pela população-alvo como sendo relevantes.
Outras empresas, na obrigação de ouvirem seus colaboradores, mas evitando levantar discussões sobre aspectos ou problemas que não podem ser alterados ou trabalhados, excluem, na formulação do questionário, os temas potencialmente mais problemáticos. Trata-se de uma prática questionável, com reflexos e considerações éticas mais profundas.
Recomendamos que a estrutura de fatores de análise seja produto da consolidação das duas opções: fatores reconhecidos pelo mercado como fundamentais para a satisfação do corpo funcional e fatores internos, próprios, que precisam ser compreendidos e melhor gerenciados, a partir de uma ótica interna, própria, não necessariamente comparável ao de outras empresas.