Cultura Organizacional

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Há alguns anos, o conceito de cultura organizacional ou corporativa era mencionado por pouquíssimas pessoas. Hoje é um dos tópicos mais modernos, porque muitos consultores e gerentes gostariam de acreditar que as organizações podem tornar-se mais eficazes se construírem ou desenvolverem o tipo “certo” de cultura.

Além disso, alega-se que as organizações podem transformar culturas disfuncionais em outras que são mais bem adaptadas às realidades ambientais da organização.

Finalmente, argumenta-se que culturas “fortes” são, de algum modo, mais associado com eficácia do que as “fracas”, e que culturas fortes podem ser deliberadamente criadas. (Ouchi, 1981; Deal e Kennedy, 1982; Peters e Waterman, 1982).

Começa então a procura de culturas “certas” e “fortes”, mas o dilema é que não sabemos exatamente o que estamos buscando, ou que tipo de armas, armadilhas ou outros recursos nós deveríamos utilizar para obter o que queremos. E não é evidente que saberíamos o que fazer se os tivéssemos.

Podem-se encontrar múltiplas definições de cultura organizacional e advogam-se diferentes modelos para criar, gerenciar ou mudar a cultura ou mesmo para impedir-lhe a ação, caso se torne algo hostil. Mesmo que aprendamos a interpretar a cultura organizacional, não é possível afirmar que um completo conhecimento da nossa própria cultura possa ajudar-nos a mudá-la.

Às vezes, a conscientização é uma fonte de ansiedade e desencorajamento e, em algumas ocasiões, destrói a mística do que temos. Por outro lado, a falta de compreensão da nossa própria cultura deixa-nos vulneráveis a forças de evoluções e mudança que podemos não entender e ter dificuldade de controlar.

A compreensão dos assuntos culturais também, obviamente, afeta a criação e a execução da estratégia. Não só a cultura limita as opções estratégicas concebíveis numa organização, como também estas não podem ser executadas caso se choquem com pressupostos culturais poderosos.

Isso pode ser visto claramente numa organização em transição entre o funcionamento centrado na engenharia e outro baseado em marketing. Não apenas é difícil para o ex-engenheiro conceber a atividade de marketing da maneira que o profissional da área percebe sua função, como também a execução de uma estratégia de marketing pode ser solapada pela espécie de pessoas que fazem parte da equipe de vendas, pelos sistemas de incentivo em vigor, pelos assuntos a que os executivos dão atenção, e assim por diante.

Mesmo assim, a situação econômica de uma organização pode determinar uma estratégia que exija certa mudança cultural, de modo que precisamos entender as condições sob as quais a mudança é possível, bem como aprender a lidar com esse processo. Pensando em tais possibilidades de mudança, não nos esqueçamos de que cultura, como conceito, foi concebida por antropólogos para descrever aqueles elementos de um sistema social que eram, em muitos sentidos, os aspectos menos mutáveis desse sistema.

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